terça-feira, 21 de outubro de 2014

ESTUDANTES do CsF?


Eu pensei que o motivo da vinda dos ESTUDANTES do CsF era pra estudo, pela própria profissão deles e intenção do programa.
Mas isso é o que eu menos estou vendo, pelo menos aqui em Turim.
Conto nos dedos os ESTUDANTES brasileiros de fato.

Tudo bem que com passeios e viagens você aprende coisas que a sala de aula não supera, mas vir pra estudar e não estudar é desperdiçar o dinheiro do governo (ou seja, seu e da população brasileira) empregado para uma maior qualificação do ensino, via intercâmbio no exterior.
Vir para o exterior para estudar e não aproveitar para estudar coisas novas ou coisas já conhecidas sob um ponto de vista diferente, um sistema de ensino diferente (ou nem tanto, na prática) é perder uma grande oportunidade de ampliar os conhecimentos e os horizontes.

Sim, viagens e passeios também trazem isso e são importantíssimos, mas por que não tentar aproveitar tudo?

Sei lá. Não sei se é porque estou tentando não me contentar em não aproveitar um pouco de tudo que me está sendo ofertado, seja pelo programa seja pela minha gestão do dinheiro, mas acho desperdício não aproveitar um pouco de tudo.
Estudar, passear pela sua cidade escolhida, viajar, aproveitar para fazer coisas que sempre quis fazer, mas não tinha oportunidade ou tempo no Brasil, com tanta loucura de tempo, de transporte, de rotina.

Não que aqui as pessoas não corram ou que arquitetura não seja massacrante também (vi que é em todo lugar e aqui talvez até mais que no Brasil, pelo menos em Teresina, minha realidade). No entanto, aqui se vive.
A cidade, os espaços públicos, a pausa para o almoço (pelo menos para os comerciantes), os tantos livros pra vender, os mil eventos que tem todo dia, as festas também, as viagens (nem que seja nas férias, mas as pessoas aqui viajam e muito) e também o estudo, a leitura, a análise, a revolta (quantas manifestações aqui depois que chegamos!).

Então, por que não aproveitar tudo?

Estudar para tentar mudar sua realidade pessoal e/ou do pobre Brasil, ainda de 3º mundo, muito pela mentalidade.
E também aprender com os passeios e viagens. Não se contentar com o velho, com o pouco. Sair do lugar, questionar, querer mais e exigir mais.

Não voltar o mesmo, em nenhum sentido, para o Brasil.
Afinal de contas, se estamos aqui para manter a acomodação, estaremos sendo os velhos brasileiros de sempre (em sua maioria, a gente sabe que é). Por que não voltar um pouco europeizados, quanto à educação e ao que tiver de bom aqui? Não é negar nosso lindo país.

Fica o questionamento a você e a mim também.

sábado, 29 de março de 2014

Filme - O labirinto do fauno (2006)

“E já tive tantos nomes. Antigos nomes que só o vento e as árvores conseguem pronunciar. Eu sou a montanha, a floresta e a Terra. Eu sou... Eu sou um fauno. Seu mais humilde servo, sua alteza.”



No recente esquema de assistir filme em pedaços, aproveitando os tempinhos livres (sugestão que deixo aqui), hoje terminei "O Labirinto do fauno", que há alguns anos ouvia falar, mas nunca lhe tinha dado uma oportunidade.

Recomendo desde já!

Com direção e roteiro de Guillermo Del Toro (diretor também de Hellboy), o filme de 2006, apresenta uma intrigante história de suspense, fantasia, esperança e lutas, cuja atuação da pequena Ivana Baquero (Ofelia) - com a qual não há como não se envolver - e a trama como um todo nos leva a refletir sobre nossa realidade e nossas fantasias e esperanças, por meio de simbolismos.

A produção mexicana/espanhola apresenta caráter histórico, ao passar-se na Espanha de 1944, em meio à Guerra Civil Espanhola, cenário esse que se encarrega das doses de violência e opressão, ao lado das conveniências sedutoras (atenta-se aqui ao papel de Carmen), todas essas contrapostas pela resistência e esperança de personagens como Mercedez (Maribel Verdú) e a própria Ofelia, cujos 10 anos de inocência apresentam-se mais poderosos do que aparentam.

O aspecto escuro e sombrio do filme - assim como o personagem do capitão Vidal (Sergi López), símbolo da opressão e insensibilidade - mistura fantasia e violência, em que a relação entre a imaginação e a realidade apresenta-se bastante sutil, nos supondo dúvidas se há de fato separação entre tais mundos, visto tamanha sutileza.

Entre os prêmios e nomeações do longa de 1h52min, pode-se citar o Globo de Ouro, em que recebeu a nomeação de Melhor filme estrangeiro e o Oscar, no qual venceu nas categorias de Melhor direção de arte, Melhor fotografia e Melhor maquiagem.

Em vez de descrever mais detalhadamente sobre o filme, deixo ao fim mais um trecho instigante do filme e alguns links e imagens.
 
No mais, admirou-me bastante ao ler que o filme apresentava limitações técnicas, orçamentárias e de produção. Isso só reforça que uma boa história e o esforço de uma equipe e colaboradores, ambos comprometidos de fato, pode ir muito longe...mais longe do que se imagina!


Trecho: "Obedecer por obedecer, sem pensar, é para homens como o senhor, capitão."

Descrição resumida do filme e crítica: http://www.uarevaa.com/2011/07/o-labirinto-do-fauno.html ou http://www.cineclick.com.br/o-labirinto-do-fauno







Finalizando e continuando no clima dos incríveis efeitos e maquiagens cinematográficos, como as duas imagens acima, fica aqui esse outro link:
http://cafesedentario.com.br/30-atores-irreconheciveis-em-filmes/